quarta-feira, 30 de junho de 2010

'Cinema para jovens' é tema de debate no Encontro do Cinema Infantil


Cinema para Jovens, um assunto essencial no contexto da aprovação da recém-aprovada lei que determina a exibição de pelo menos duas horas mensais de filmes brasileiros nas escolas, esteve em debate no 6º Encontro Nacional do Cinema Infantil. O evento integra a programação adulta da 9a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, reunindo a diretora do filme “Antes que o mundo acabe”, Ana Luiza Azevedo, a produtora do filme “Desenrola”, Clélia Bessa, o produtor Abrão Scherer, da Imagem Filmes, e o diretor e roteirista André Tavares, da ONG Cinema Nosso, para falar do assunto. A mediação foi do jornalista Francisco Cesar Filho, presidente do Fórum de Festivais, entidade que reúne os principais eventos audiovisuais brasileiros.

O impacto da nova ordem digital sobre universo de telespectadores foram um dos assuntos abordados. Segundo levantamento, no mês de maio foram assistidos a 14,6 bilhões de vídeos no youtube, por 144 milhões de internautas. Clélia Bessa segue essa tendência, para garantir a atenção dos jovens, desenvolvendo ações na web para “Desenrola”, que tem direção de Rosane Svartman. “Ele foi todo produzido na rede”, conta destacando sua experiência com o projeto que teve a internet como ponte entre o cinema e o espectador. A produção abriu a possibilidade para o público enviar vídeos e concorrer a uma participação no filme, além de promover um canal aberto nos fóruns de discussão, blogs e games.

Uma experiência interessante destacada por André Tavares é a da organização social Cinema Nosso, da qual faz parte. A ideia é ampliar o universo cultural e contribuir para o desenvolvimento do senso crítico de crianças, adolescentes e jovens oriundos das classes populares através da linguagem audiovisual. Eles desenvolvem experiência de produtora-escola, com formação que envolve processo de captação, finalização, distribuição e divulgação. “Ganhamos edital e estamos fazendo estudo com a PUC/RJ para transformar episódios em séries e trabalhar roteiro de longa-metragem”, comemora. Tavares exibiu a animação “Família Vegan”, sobre uma família vegetariana, na Mostra Competitiva do evento. “O episódio foi feito para sentir mesmo, para ver como funciona e buscar técnica melhor”, conta.

Outra dificuldade enfrentada, destacada pelo produtor Abrão Scherer é da pirataria. “O filme estreia e na outra semana é vendido de porta em porta. A distribuição da pirataria é uma das mais eficientes do mundo. Assim que as políticas de defesa da propriedade intelectual forem valorizadas a gente vai resgatar nossas receitas”, considera. Ele celebra as coproduções internacionais para os lançamentos e o empenho da União Européia e da América Latina para ativá-las. “Este é o caminho mais viável”, afirma.

0 comentários:

Postar um comentário